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*Por Letícia Sauthier Medeiros
Câncer: a difícil tarefa de contabilizar as perdas e a sabedoria de reconhecer os ganhos ? Parte 2
Ganham-se novos amigos e uma nova família: a filha do senhor do leito ao lado, as enfermeiras que se revezam dia e noite nos cuidados, o rapaz que senta ao lado na sala da quimioterapia ou aquela menina que caminha pelo corredor tendo num dos braços a boneca e no outro o equipo. Ganha-se com as histórias de vida narradas nos corredores do hospital, expressas na prece de quem está ajoelhado na capela ou por quem anda inquietamente na sala de espera do bloco cirúrgico. Ganha-se quando os médicos trazem notícias de melhora e até mesmo da lenta recuperação. Ganha-se quando se entende que o tempo não é em vão e que cada minuto vale ouro e deve ser aproveitado e vivido como dom precioso. Ganha-se com gestos de generosidade de pessoas desconhecidas, daqueles de quem menos se espera, mas, especialmente, daqueles íntimos que se unem a nós. Ganha-se naquela comida preparada com amor, seguindo a orientação médica para que seja bem aceita pelo organismo. Ganha-se com aquela sobremesa predileta que viajou algumas horas e foi mandada por alguém que faz uma visita. Ganha-se com o desenho de uma criança da família, que na sua simplicidade diz que ama e tudo vai ficar bem, mesmo sem compreender o que se passa. Ganha-se têmpera e resiliência! Amor e capacidade de amar mais. Ganha-se quando quem está do lado faz de tudo para aliviar um pouco o sofrimento. Ganha-se com uma mensagem de carinho e apoio que chega no celular ou por uma voz embargada no telefone. Ganha-se quando as pessoas se unem numa corrente de oração e fé capaz de devolver o brilho nos olhos. Ganha-se nas gentilezas das pequenas e grandes atitudes. Enfim, realmente são muitas as perdas e elas são comuns a todos os impactados e atingidos pelo câncer. Já os ganhos não, eles são como pedra preciosa vasculhada e encontrada no garimpo, reservada àqueles que conseguem ir no profundo e ver além. O câncer já não é mais uma sentença de morte e é possível ficar curado. Mas a luta é ainda muito exigente e o tratamento desgastante. Não é possível vencer sem apoio, sem suporte, sem fé. E assim, quando e se a pior de todas as perdas chegar, a morte, também neste momento será preciso conservar no coração a certeza do maior de todos os ganhos: a vida eterna. No céu está o nosso tesouro! *Leticia Sauthier Medeiros é missionaria da Comunidade Canção Nova...


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